Tarde Demais

Outra vez névoa. Um corpo jaz na areia e no fundo de um copo com água. Assim que ele abre a boca as palavras o inundam. Mas este lugar que o limita, lhe da liberdade para se expressar, lhe inspira. Aceita a duplicidade, a multiplicidade… igualmente se agita. Este corpo é um relato lúdico atravessado, fragmentado e convertido em peças de um quebra-cabeça que iram-se encaixando para formar um retrato, no melhor dos casos um espelho, que lhe mostra a existência da separação enquanto a une. As palavras pronunciadas são flechas, que uma vez lançadas, são impossíveis de regressar no arco. Elas flutuam enquanto ele se afunda para chegar no fundo em que… não tem nada de misterioso, o que faz as coisas regressarem a seu lugar.